16.9.05

surpresa em vê-la, é claro. ela some, desaparece durante alguns dias, sempre esquece os brincos, o número do meu telefone, uma garrafa de vodka e o copo pelo chão. é sempre assim, e agora, mais do que nunca. o que você quer de mim? eu pergunto. eu quero o que sempre quis. olha nos meus olhos e diz o que você quer de mim, sua estúpida infantil! voltei porque esqueci meus brincos, você sabe. é, eu sei, você tem razão, pegue seus brincos, sua garrafa de vodka e adeus. depois de tudo que passou, melhor que ela leve mesmo o que sobrou e não me deixe nada. nada. nada. nós nunca fomos um casal. nunca sabíamos o que responder a quem uma hora ou outra insistia em perguntar 'e aí, vocês?'. quase. ela pode até levar os brincos esquecidos e a garrafa de vodka, mas vou sentir sua presença aqui o tempo todo, porque tenho me sentido extremamente só ultimamente. ando me machucando com coisas pequenas, mesmo que não demonstre. ando brigando com o espelho, mesmo não achando assim tão importante a imagem refletida. e todo esse tempo não significa nada. eu tenho um sentimento particular de não-sei-o-quê-la para com ela, e sei que é recíproco, por isso conseguímos fazer a mesma coisa de sempre, sexo sem culpa. e eu sei, algo dentro de mim grita alto que pela manhã me sentirei vazia. então é isso. a gente se vê, tchau. por que você sempre diz essas coisas, a gente se vê? do que você está rindo? você sabe, isso não é tchau a gente se vê porque amanhã vai acontecer novamente. você é viciada em relações malditas. é, eu sei. fica.

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